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Essa afirmação se aplica a todas as espécies, mas muito mais ao mundo dos cães e gatos – que, segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos Para Animais de Estimação), representavam mais 56% de toda a população de pets no Brasil, estimado em 144,3 milhões em junho de 2021. Aves canoras e ornamentais, 28% desse universo; peixes ornamentais aproximadamente 14%; demais espécies cerca de 1,7%.

Apesar de saber que todos os pets podem ser tratados como “gente”, jamais tive conhecimento de um peixe ou pássaro que compartilhasse a cama com seu “tutor” (aliás, esse é o termo correto ao se referir à sua relação com um animal de estimação).

Consta que cães são mais afetuosos do que gatos, mas tenho minhas dúvidas…

De qualquer forma, tratar seu pet como um “gente” pode ser prejudicial a ele.

A médica-veterinária e conselheira do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro, Flávia Uchôa, explica que esse sentimento é comum no século 21 devido à mudança no estilo de vida.

Diz ela: “Antes nossos cães viviam em quintais e tínhamos famílias enormes, cheias de filhos. Atualmente, vivemos confinados em pequenos ambientes. Além disso, muitos estão deixando de ter filhos, o que acaba causando uma transferência desse amor paternal para os pets”.

Quem tem um bicho de estimação não mede esforços para dar uma vida boa para ele, mas os médicos-veterinários alertam não ser correto tratar qualquer indivíduo como se fosse outro. Cão tratado como gente tem doenças de gente, tais como: ansiedade, compulsão alimentar, comportamentos obsessivos, automutilação, gastrite, doenças autoimunes, entre outras, diz a Doutora.

Para Flávia, a felicidade e a saúde física e mental dos cães e dos gatos está diretamente relacionada ao acesso a ambientes onde eles possam ter contato com a natureza, brincar, se sujar, fuçar e cheirar.

A Doutora ainda acrescenta que é preciso entender que o amor deve vir acompanhado de respeito. Segundo ela, não há problema em tratar o animal como um membro da família – pois ele é; mas deve existir um limite nesse relacionamento afetivo.

O segredo é ter em mente que se você ama o seu cão ou gato, deve tratá-lo como tal, e não como um “ser humaninho”, complementa.

Agora, você pode estar se perguntando: “Por que um profissional de marketing, escreve sobre isso?”.

Ocorre que, por considerar o “marketing” como “ciência” não posso concordar com certas “estratégias” utilizadas por pessoas que se dizem empresários(as), para se aproveitarem da instabilidade emocional de seus clientes.

É fato que todos passamos por momentos difíceis, mas não aceito esse argumento para explorar pessoas com ações que não fazem o menor sentido ou têm qualquer utilidade social.

Exemplificando: há empresas especializadas em realizar festas de aniversário para pets, com chapeuzinho, bolo, “ossinhos”, pic-pic e lembrancinhas para os “convidados”… (há pouco eu soube, até velórios são realizados…).

Pois tudo isso existe mesmo! No caso de dúvida, pesquise na internet.

Agora, se você tem um pet, pergunto.

– Ele sabe em que dia nasceu?

– Ele saberia o que está comemorando?

– Ele saberia por que várias “guloseimas” que deveriam ser dele, estão sendo distribuídas para seus “convidados” nessa festa?

– Aliás, ele teve a oportunidade de convidar alguém?

Eu poderia fazer inúmeras outras perguntas, mas acho que você já entendeu o meu recado.

Que tal investir em projetos sociais, humanitários, culturais, entre outros? E começar a tratar e respeitar o seu pet como o animal que ele merece? E refletir sobre como isso poderia fazer muito bem a ele?

Obs.: As informações técnicas foram obtidas através da internet, cuja fonte é o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ)