Economia circular: é um conceito que se refere à capacidade de manter ou conservar um processo ou sistema que atenda às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras. Baseia-se em repensar a forma de criar, produzir e comercializar produtos para garantir o uso e a recuperação inteligente dos recursos naturais. Alia o relacionamento do capital com a natureza, equilibrando os recursos renováveis. É uma forma de reduzir, reutilizar e recuperar as matérias primas que estão presentes no meio ambiente. Exemplos da economia circular podem ser descritos como a eliminação de resíduos na base da produção de uma indústria; a remanufatura e a conservação da matéria prima em seus ciclos de uso sem extingui-los, entre outros.
Sustentabilidade: é um desafio para a humanidade, pois exige uma mudança de hábitos, valores e atitudes em relação ao modo de se relacionar com a natureza e com os outros seres humanos. É também uma oportunidade para criar soluções inovadoras, criativas e colaborativas que possam garantir o bem-estar das pessoas e do planeta. Quando se pensa em sustentabilidade colocamos em pauta atitudes que suprem as necessidades atuais sem prejudicar o meio ambiente, pensando sempre nas gerações futuras. Exemplos de práticas sustentáveis são a coleta seletiva, utilização de transportes não poluentes, o racionamento do uso de energia e água, etc.
Apesar de interligadas, economia circular e sustentabilidade são diferentes em sua essência. Enquanto a primeira se concentra nos ciclos e recursos, a outra está relacionada à sociedade e a ações para o planeta. Contudo, ambas estão intrinsecamente relacionadas, porque não há como pensar em uma sem considerar a outra. As ações de sustentabilidade são parte do ciclo da economia circular. Uma empresa que adota a circularidade em seus processos de produção tende a ser mais sustentável e impacta diretamente o meio ambiente e a sociedade.
Uma indústria que evita descartar resíduos orgânicos em rios ou águas subterrâneas, por exemplo, faz uma ação sustentável ao mesmo tempo em que preserva a sua matéria prima, agindo conforme a perspectiva de economia circular. Porém, há empresas que utilizam o rótulo de sustentáveis sem necessariamente contribuir para uma verdadeira economia circular. Esse fato ocorre quando essas empresas pensam somente em ações pontuais e não repensam a forma básica de produção e sua relação com a matéria prima. Mas não é fácil ter os processos dentro de ciclos da economia circular.
Segundo alguns especialistas em gestão ambiental, os grandes obstáculos de implementar a economia circular no Brasil podem ser resumidos em 3 princípios.
– Política e regulamentação: é muito difícil encontrar apoio para aplicar este conceito de forma certa, principalmente nas grandes indústrias. Além disso, apesar dos relatórios e políticas que incentivam o desenvolvimento ecológico nas empresas, as leis de fiscalização e regularização são bem menos rigorosas e superficiais.
– Cultura: a sociedade ainda não está totalmente educada do ponto de vista ambiental e ciente do conceito de circularidade. O incentivo exacerbado ao consumo e o constante descarte de produtos obsoletos, impedem que haja uma conscientização para práticas de economia circular e sustentável.
– Investimento em tecnologia: se não houver tecnologia propícia para realizar a remanufatura dos produtos e a constante reposição de matéria prima, será difícil a economia circular avançar.
Apesar disso, existem diversos benefícios da economia circular para a sociedade:
– reversão de danos ambientais como aquecimento global e poluição;
– menores taxas de contaminação do meio ambiente e da população;
– otimização da matéria prima;
– menor desperdício por parte da população de modo geral;
– oportunidade de geração de novos negócios;
– crescimento econômico;
– aumento da consciência ambiental.
A economia circular e a sustentabilidade podem influenciar no sucesso do seu negócio de formas diversas. A seguir listamos algumas delas.
– Redução dos custos operacionais ao economizar energia, água e matérias-primas.
– Aumento da eficiência e a produtividade ao otimizar processos e evitar desperdícios.
– Melhoria da imagem e a da reputação da empresa perante os consumidores, fornecedores, investidores e sociedade em geral.
– Atração e fidelização de clientes que valorizam as práticas sustentáveis e responsáveis.
– Diferenciação no mercado ao oferecer produtos e serviços de qualidade e com baixo impacto ambiental.
– Antecipação e adaptação às mudanças regulatórias, legislativas e de mercado, relacionadas à sustentabilidade.
No setor varejista os conceitos de sustentabilidade estão sendo adotados com sucesso e beneficiando toda a cadeia produtiva e a sociedade. Mas além da questão do gosto por marcas e itens sustentáveis, o público também tem investido em outras formas de consumo consciente, como a compra de itens de segunda mão.
De acordo com um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), no Brasil, entre os primeiros semestres de 2020 e 2021, houve um crescimento de 48,5% na abertura de estabelecimentos que comercializam mercadorias já usadas. Apenas nos primeiros seis meses de 2021, foram inauguradas 2104 empresas desse segmento. Já no primeiro semestre de 2022, esse número foi de 6700. Tal estudo diz respeito a produtos usados no geral. Entretanto, no meio dessas vendas de mercadorias de segunda mão, o mundo do vestuário se destaca.
Outra medida da população para seguir um conceito de consumo e vida mais sustentável é o reaproveitamento do próprio vestuário, através da customização. Essa técnica chamada “Upcycling”, existe desde 1994, porém, seu sucesso e repercussão está muito atrelada aos dias atuais.
Para atender a essas novas demandas dos consumidores, as grandes marcas tem investido na redução de recursos naturais, priorizando o uso de materiais e processos que diminuam o impacto ambiental. Muitas delas estão optando por utilizar tecidos de fibras orgânicas, como algodão e bambu.
Essas medidas são extremamente importantes porque a produção de roupas e acessórios vem impactando de forma severa a natureza. De acordo com um ranking da ONU Meio Ambiente (Agência da Organização das Nações Unidas), a indústria têxtil está em segundo lugar como o setor que mais consome água e produz resíduos no mundo. Ainda por meio desse ranking, a Entidade evidencia que 10% do total de emissões de gases-estufa está ligado a confecções de roupas. E para piorar toda a situação, tais peças, que custam tão caro para a natureza, são descartadas de forma errônea em aterros e lixões. O relatório da agência governamental estima que 500 bilhões de dólares são perdidos todos os anos com esses descartes.
Diante de tudo isso achamos que está mais do que na hora de revermos diversos de nossos hábitos, costumes e conceitos de vida…
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